Miguel Murteira

Vencer a epidemia dos plásticos

COMO ELIMINAR OS PLÁSTICOS – O GUIA COMPLETO

Queres eliminar os plásticos da tua vida?

Estás no sitio certo!

Antes de te explicar exatamente como podes fazê-lo deixa-me contar-te um pouco mais sobre como os plásticos nos estão a afetar hoje em dia.

Porque é necessário eliminar os plásticos

A contaminação causada pelos plásticos tornou-se uma verdadeira epidemia. Está a matar o nosso planeta e a matar-nos a todos nós.

A contaminação causada pelos plásticos é na verdade uma questão de saúde pública, e é por isso que precisa de ser rapidamente combatida.

O plástico é um material espetacular que pode ser flexível ou rígido e que tem a vantagem de não ficar podre e de não se degradar facilmente.

É um material barato e muito durável e, por isso, a estimativa é que até hoje já tenham sido produzidas cerca de 8,3 mil milhões de toneladas de plásticos.

Deixa-me fazer um breve raciocínio, para que consigamos ter uma melhor noção da escala de que estamos a falar:

  • Uma tonelada são 1000 kg.
  • Um Tesla model S (um automóvel 100% elétrico) pesa sensivelmente o dobro, tendo 2,1 toneladas.
  • Um elefante africano da savana pesa 6 toneladas.
  • A Torre Eiffel pesa cerca de 10.110 toneladas.

Isso significa que o peso de plástico produzido até hoje seria o equivalente a 820.969 vezes o peso da torre Eiffel!

Como podes ver, o peso de plásticos produzidos até hoje é um número simultaneamente incrível e assustador….

E é assustador porque infelizmente a maior parte desse plástico não foi reutilizado nem reciclado.

Já foram parar aos oceanos muitos milhões de toneladas de plástico e, infelizmente, essa contaminação ainda continua.

Segundo a National Geographic, cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos vão parar aos oceanos todos os anos. E a maioria deles foram apenas utilizados uma vez…

Homem deita lixo diretamente no rio em Jacarta, Indonésia
Em Jacarta, na Indonésia, as pessoas continuam a despejar o seu lixo diretamente nos rios e no mar…
Montanhas de lixo no Líbano
Na cidade de Saida, na costa do Líbano, ainda há lixeiras gigantescas a céu aberto…

Os plásticos que chegam aos oceanos vão transformar-se em pedaços cada vez mais pequenos devido à erosão das ondas, do vento e pela ação dos raios solares, dando origem aos já famosos microplásticos.

Mesmo antes de se transformar em microplástico, o plástico presente nos oceanos já tem efeitos absolutamente devastadores para os animais e para as aves marinhas.

Palhinha-no-nariz-da-tartaruga
Tartaruga encontrada com palhinha de plástico no nariz.
Clica aqui para veres o vídeo completo…
ave morreu com plásticos no estômago
As aves, tal como os animais marinhos, comem o plástico “pensando” que é comida. Mas o plástico não é digerido e enche o estômago… Os animais sentem-se saciados e não procuram comida, morrendo de fome.

Como podes ver nestas imagens, o perigo do plástico é inegável mesmo quando este assume dimensões bem visíveis.

Porém, o perigo não termina aqui.

Os microplásticos

Como sabes, o plástico não é biodegradável. Isto significa que os microrganismos que decompõem os resíduos não conseguem degradar os plásticos e eles permanecem nos oceanos, assumindo dimensões cada vez mais reduzidas.

Assim, vai-se espalhando, encontrando-se atualmente espalhado em quase todas as regiões do oceano.

Apesar dos efeitos dos microplásticos não serem visíveis facilmente, o facto de estarem espalhados em quase toda a extensão dos oceanos tem consequências gravíssimas.

Quanto mais pequeno for o plástico, maior é o risco de ser ingerido, tornando-se muito difícil/impossível removê-lo.

E quando o plástico assume dimensões tão reduzidas há outros contaminantes que se vão unir a ele. São moléculas hidrofóbicas (que não gostam de água) presentes na água do mar e que se unem à superfície sólida do microplástico, formando moléculas maiores e com uma toxicidade superior.

Muitos desses contaminantes são disruptores endócrinos, ou seja, substâncias que interferem no correto funcionamento do nosso sistema hormonal.

Microplásticos nos oceanos
Herbicidas, pesticidas, aditivos anti-chama e dioxinas são exemplos de substâncias tóxicas hidrofóbicas que se unem à superfície sólida dos microplásticos nos oceanos.

E claro, a cadeia alimentar está completamente contaminada por estes plásticos “enriquecidos” com substâncias tóxicas, sendo que muitas delas são também potencialmente cancerígenas.

Biomagnificação
Biomagnificação dos microplásticos em toda a cadeia alimentar.

Quanto mais subimos na cadeia alimentar, mais poluição está presente no corpo dos animais. Este é um processo que se chama biomagnificação.

Se tu comes peixe, tal como eu como, imagina a contaminação que poderá estar presente em peixes maiores como o atum ou o espadarte. Através do processo de biomagnificação, a contaminação a que somos expostos é muito elevada.

Num estudo conduzido por Philipp Schwabl, gastroentriologista na Vienna Medical School, foram encontrados microplásticos nas fezes de 8 pessoas de países diferentes: Rússia, Áustria, Finlandia, Itália, Japão, Holanda, Polónia e Reino Unido.

Os pesquisadores encontraram uma média de 20 partículas de plástico por cada 10 gramas de fezes!

Como já vimos, o plásticos e os contaminantes químicos chegam aos oceanos através de descargas diretas de lixo no mar. Mas a contaminação também poderá advir dos produtos que usamos diariamente nas nossas casas.

Um exemplo disso são os exfoliantes faciais/corporais que muitas das vezes, para serem mais baratos, têm microesferas plásticas.

microesferas de plástico
Microesferas de plástico

Essas esferas, juntamente com a água residual, vão pelo sistema de esgotos, passando pelas ETAR (onde não são removidas) e depois seguem para os rios. O destino seguinte são os oceanos.

E, depois dos oceanos, o próximo destino poderá ser o peixe no teu prato ou o teu copo de água.

Felizmente algumas marcas já optam por alternativas naturais como as esferas de pedra-pomes ou de jojoba, e vai sair legislação em breve a proibir o uso destas microesferas nos produtos.

É incrível como, noutro estudo recente, foram encontrados microplásticos na água engarrafada e na água da rede, praticamente em todo o mundo.

Inclusivamente, investigadores daState University of New York em Fredonia, encontraram aproximadamente o dobro de partículas de plástico na água engarrafada, comparativamente à água da rede pública.

Isto simboliza a urgência da mudança que precisa de ser feita e também a importância de teres um filtro de qualidade para purificares a água que usas para beber e para cozinhar. Felizmente em minha casa já usamos filtro de água desde 2015 e posso dizer-te que se nota uma diferença enorme na água.

Vais notar uma melhoria do sabor da água, claro, mas a principal diferença é mesmo na forma como te sentes.

E lá está, não é por acaso que o filtro fica como na foto seguinte…

A mudança de filtro do meu purificador de água eSpring
Mudança do filtro do meu purificador de água a 16.03.2019
Filtro novo à esquerda e filtro com um ano de uso à direita.

Vê-se perfeitamente a sujidade de cor acastanhada no filtro usado e a diferença para o filtro novo.

Apesar de esta ser a sujidade visível, a das partículas sólidas, as partículas como os microplásticos não se vêem. E a maior parte das substâncias filtradas encontra-se dentro do filtro, na parte que tem o carvão ativado que elimina os contaminantes químicos.

Com tanta informação disponível já é possível percebermos que a situação é realmente grave.

E é grave a ponto de nós termos o dever, enquanto cidadãos do mundo, de mudar o nosso estilo de vida e de combater esta “epidemia de plástico”.

Se não fizermos uma mudança rápida a previsão é de que em 2050 haverá mais plásticos do que peixes nos oceanos

E repara, este assunto não deve tocar apenas as pessoas que são ecologistas. Mesmo que não te preocupes com o meio ambiente, tenho a certeza de que te preocupas com o teu bem-estar e com a tua saúde, verdade?

Reduzir a contaminação deve ser uma das maiores prioridades de todos nós, porque essa contaminação já está a prejudicar muito a nossa saúde.


É uma questão de saúde pública

O ponto onde quero chegar é que estamos a expostos a múltiplas contaminações diariamente. Seja através da poluição da água, da poluição do ar ou através dos próprios alimentos.

O objetivo de viveres de forma ecológica não é apenas acompanhares “esta moda”, não é para seres trendy, nem é só para pores no teu perfil de instagram que és muito eco

Viver de forma ecológica e em harmonia com a natureza, hoje em dia, é uma questão de saúde pública.

Toca-nos a todos fazermos a nossa parte.

Como começar a viver em harmonia com a natureza

Bem, já identificámos o problema e também as principais fontes que o causam. Agora vamos à parte das soluções.

É possível vivermos de forma mais ecológica resgatando alguns dos hábitos que eram comuns no nosso país há cerca de apenas 50 anos atrás.

E dois exemplos desses hábitos são o hábito de fazer as compras a granel e também o hábito de reutilizarmos o que já temos.

Seguirmos apenas alguns passos-chave é o suficiente para vivermos um estilo de vida de maior respeito para com a natureza, eliminando os plásticos ao máximo.

Aprendi estes 5 passos com uma senhora incrível chamada Bea Johnson, pioneira do movimento Zero Waste (lixo zero).

Para tornar as coisas mais fáceis, decidi chamar a estes passosA Fórmula Para Uma Vida Ecológica“.

Para conseguires aplicar esta fórmula corretamente é necessário dares prioridade aos passos, pela ordem em que eles já se encontram.

Como eliminar verdadeiramente os plásticos

A Fórmula Para Uma Vida Ecológica

  1. Recusar
  2. Reduzir
  3. Reutilizar
  4. Reciclar
  5. Compostar

Estes passos funcionam como um funil, em que a ordem dos passos simboliza o empenho que devemos ter, em cada um, para atingirmos uma vida verdadeiramente sustentável.

Funil da fórmula para uma vida ecológica

Vamos agora analisar cada passo da Fórmula Para Uma Vida Ecológica, para veres como podes aplicar cada um destes passos ao teu dia-a-dia.


1. Recusar 👎

A primeira regra é recusarmos a entrada do que não necessitamos nas nossas casas, com ênfase para os plásticos.

Eu não sou tão radical quanto a filosofia zero lixo e não vivo uma vida tão minimal. A regra pela qual nos devemos guiar é a de termos em casa apenas o suficiente para os usos diários que fazemos, evitando os excessos.

Se tens apenas duas mãos, será que vale a pena teres 10 colheres de pau? À partida duas ou três serão suficientes e poderás compostar as que não necessitas.

A regra de ouro é usarmos o nosso bom senso.

Eu acredito que o plástico pode e deve continuar a ser utilizado para fazer objetos cujo objetivo seja durarem muito tempo ou em casos em que não existam ainda alternativas viáveis.

E cabe-nos a nós, os consumidores, rejeitar o que não faz sentido ser feito em plástico.

Com uma abordagem disciplinada podemos perfeitamente reduzir em 80% ou mais, o plástico que usamos nas nossas casas, fora todos os outros objetos em excesso.

A segunda regra para um bom recusar é alterarmos a forma como fazemos as nossas compras.

Compra, faz ou arranja sacos reutilizáveis que te permitam fazeres as tuas compras a granel

Ao longo desta análise aos vários passos da fórmula, verás que está tudo interligado. Este passo é comum também ao passo de reduzir e de reutilizar, mas vamos analisá-lo como sendo parte do recusar.

Em relação aos sacos reutilizáveis, podes escolher ter sacos de rede, que também podem ir ao frigorífico, ter sacos de pano para comprares pão ou alimentos mais finos como as farinhas, sacos de plástico para alimentos “molhados” e também os sacos de papel.

Tal como a maioria das pessoas, o mais provável é que tenhas um mini stock de sacos de plástico e de papel em tua casa.

Por isso, a primeira sugestão é escolheres os melhores sacos de plástico e de papel que já tens, para que os uses quando vais fazer as tuas compras.

Procura comprar a granel em lojas que já tenham esse modo de trabalho ou até mesmo nos hipermercados.

Por favor não uses aqueles sacos plásticos que estão em rolos, junto à zona dos vegetais e das frutas.. e por favor, não compres os vegetais que vêm embalados em plástico.

Eu levo o meu kit de compras eco, com os meus sacos reutilizáveis, quando vou às compras. Há hipermercados e mercearias que têm dispensadores ou locais onde podemos comprar as frutas, legumes, frutos secos, cereais e leguminosas a granel.

Se tiveres perto de ti mercearias que vendam a granel ou uma loja lixo zero, aproveita!

Escolhe e coloca já de parte os sacos que queres reutilizar, para começares a criar hoje o teu próprio kit de compras eco!

Para a carne e para o peixe usa frascos de vidro

Para alimentos como as carnes ou os peixes, poderás optar por levar frascos de vidro, que poderás comprar ou pôr já de parte para esse fim, juntando-os ao teu kit.

Basta dizeres à pessoa do talho/peixaria para retirar a tara do frasco, meter a carne ou o peixe lá dentro, pesar e colocar a etiqueta na tampa do frasco para passares em caixa (caso seja necessária a etiqueta).

Nos talhos dos hipermercados, pelo menos onde eu tentei, não deixaram colocar a carne dentro do meu próprio frasco (algo que me deixou ligeiramente furioso)…

Uma alternativa será ires a um talho ou a uma peixaria de boa qualidade e fazeres lá as tuas compras, usando os teus frascos de vidro.

E não tenhas vergonha de levar os teus próprios sacos e frascos. Apesar de saberes que as pessoas poderão olhar para ti com admiração, tens de estar de consciência tranquila porque sabes que estás a fazer o que é mais correto.

A tua saúde, a saúde da tua família e a saúde do planeta são bem mais importantes do que aquilo que as outras pessoas possam estar a pensar de ti.

Recusa todos os sacos

Recusa todos os sacos de plástico e de papel, mesmo que te sejam oferecidos, a não ser que já os planeies reutilizar futuramente.

Se por algum motivo, durante as tuas compras, os teus sacos reutilizáveis já não forem suficientes, escolhe sacos de papel e recusa os de plástico.

Recusa flyers, cartões de visita, bonecos e ofertas que não irás usar

Recusar aplica-se aos plásticos, aos papeis e cartões e também a todos os outros materiais. Não aceites flyers, publicidade em papel, canetas, cartões de visita ou qualquer outro objeto que já tenhas em excesso e/ou que não vás utilizar regularmente.

Para os cartões de visita e flyers sugiro-te que tires foto com o teu smartphone.

2. Reduzir 🗑

A melhor forma de começares a etapa de reduzir é fazeres uma vistoria geral à tua casa, em todas as divisões.

Muitas vezes compramos artigos que não precisamos realmente. Sejam roupas, acessórios, sapatos, telemóveis, loiças, equipamentos eletrónicos, entre muitos outros artigos que compramos em excesso.

O objetivo desta vistoria à casa é ajudar-te a analisares as várias áreas da tua vida, pensando se estás a contribuir para o desperdício de recursos ou não. E se a resposta na tua consciência for sim, está na hora de reduzires.

Como esta é uma área muito geral, sugiro que te faças a ti próprio algumas perguntas quando observas os objetos na tua casa:

  • Preciso mesmo disto?
  • Em que quantidade?
  • Consigo cumprir o mesmo objetivo com outros objetos que já tenho?

Estas perguntas vão ajudar-te a fazeres melhores escolhas e a não manteres ou levares para casa coisas que não vais utilizar e que acabarão, mais cedo ou mais tarde, no caixote do lixo/ecoponto, sem necessidade.

Dispensa e frigorífico

Relativamente aos alimentos, sugiro que comeces por ir à tua dispensa e ao teu frigorífico e que ponhas de lado todos os alimentos que estiverem embalados em plástico. Gasta esses alimentos primeiro, para libertares espaço.

Garante que tens todos os sacos e materiais que precisas no teu kit de compras eco, para que compres esses alimentos a granel nas próximas vezes que fores às compras.

Usa produtos concentrados e biodegradáveis

Depois de teres a tua dispensa e frigorífico devidamente “inspecionados” a nível de alimentar, vai aos locais onde costumas guardar os teus produtos de limpeza e de higiene pessoal.

Confirma nas embalagens dos produtos ou no site dos fabricantes se esses produtos são biodegradáveis e se são concentrados.

Os produtos concentrados permitem-te poupar imensas embalagens de plástico ao meio ambiente. E se, para além de serem concentrados também forem biodegradáveis, tanto melhor.

Os produtos biodegradáveis são amigos da natureza porque os microorganismos presentes na água e na terra conseguem degradá-los.

Se os produtos que usas agora não são concentrados nem biodegradáveis, garanto-te que vais conseguir reduzir bastante a tua pegada ecológica ao fazeres a troca para produtos que o sejam.

E ainda tens a vantagem de poderes mandar a água de lavar o chão para o jardim! As tuas plantas agradecem!

Queres começar a usar produtos amigos da natureza? Clica aqui.

Volta aos guardanapos e aos lenços de pano

É necessária uma quantidade enorme de água para produzir o papel “descartável” para os guardanapos, lenços de papel e para os rolos de papel absorvente.

Só para teres uma ideia, um estudo feito na Holanda em 2010 determinou que para produzir uma folha A4 são precisos entre 2 a 13 litros de água!

E a questão é que o papel ou cartão, depois de sujos, já não são recicláveis!

Eu ainda sinto alguma dificuldade em criar este hábito porque toda a vida fui habituado aos lenços e aos guardanapos de papel descartáveis. Acredita que te compreendo caso sintas a mesma dificuldade. No entanto, é um dos hábitos mais importantes que devemos implementar para reduzirmos a nossa pegada ecológica.

3. Reutilizar 💡

Este passo é um verdadeiro exercício de criatividade!

Podes reutilizar roupas, sacos, tecidos, e objetos usando a tua imaginação e pensando no que vais precisar de usar futuramente.

Poderás, por exemplo, transformar lençóis antigos em sacos para as compras, em panos para as limpezas ou em guardanapos de pano.

Há quem transforme paletes de madeira usadas em sofás para interior ou para exterior.

Podes também trocar os recipientes de plástico pelos recipientes de vidro ou de metal.

Outra regra que podes seguir para reutilizar é comprares artigos em segunda mão ou recondicionados.

Lembra-te, a regra regra de ouro do reutilizar é eliminares os descartáveis e trocá-los por reutilizáveis.

4. Reciclar ♻

A primeira regra aqui é apenas reciclares aquilo que não podes recusar, reutilizar ou reutilizar.

Confesso que ainda me faz muita confusão quando vejo plásticos, vidros e cartões num caixote do lixo normal.

Quer faças ou não reciclagem atualmente, deixa-me recordar-te o tempo que os vários materiais demoram a degradar-se na natureza.

  • Papel – 3 a 6 meses
  • Tecidos e fibras naturais – 6 meses a 1 ano
  • Madeira pintada – mais de 15 anos
  • Latas de alumínio – mais de 200 anos
  • Fraldas descartáveis – cerca de 450 anos
  • Plásticos em geral – até 500 anos
  • Fibras de nylon – mais de 650 anos
  • Vidro – até um 1 milhão de anos…
  • Borracha – indeterminado…

É importante teres em atenção que as fibras de papel só podem ser recicladas no máximo de 5 a 7 vezes. Logo, deves reduzir ao máximo o teu consumo de papel porque este não pode ser reciclado “infinitamente”.

O mesmo se aplica aos plásticos, que por vezes são reciclados apenas uma vez, devido a serem aplicados em objetos que já não poderão ser reciclados posteriormente.

As latas de alumínio, por exemplo, apesar de serem 100% recicláveis, gastam mais energia para serem recicladas do que para serem produzidas. Isto significa que também devemos ter moderação no uso destas embalagens devido à pegada ecológica da sua reciclagem.

Já o vidro é 100% e eternamente reciclável! Daí ser um dos materiais de eleição do estilo de vida ecológico, tendo ainda a vantagem de ser seguro quando em contacto com os alimentos.

Podes esclarecer mais dúvidas que tenhas e também alguns mitos sobre a reciclagem no site da lipor, clicando aqui.

5. Compostar 🍄

Todos os resíduos que não pudeste recusar, reduzir, reutilizar ou reciclar, devem agora ser devidamente compostados.

Para isso irás necessitar de fazer ou de comprar uma composteira, onde poderás depositar os teus resíduos orgânicos ou compostáveis tais como:

  • Restos de alimentos
  • Madeira e bambu
  • Cabelos e aparas de unhas

Poderás fazer ou comprar uma composteira exterior, caso tenhas espaço disponível no teu quintal, ou então escolhe uma composteira doméstica.

Eu neste momento tenho uma vermicomposteira doméstica onde coloco os restos dos vegetais e de algumas frutas. A vermicompostagem faz-se através de minhocas específicas e de outros seres vivos que vão degradar os restos dos alimentos transformando-os em chorume (adubo líquido) e em húmus (composto rico em nutrientes).

Esse chorume e húmus poderão ser utilizados para fertilizares a tua horta ou para cultivares ervas aromáticas ou plantas em vasos.

Há vermicomposteiras, como a minha, que têm um design específico e que podem ter-se dentro de casa, porque não produzem maus cheiros.

Tem em atenção que não se podem colocar todos os resíduos de alimentos nas vermicomposteiras, especificamente. Não poderás colocar restos de carne, de peixe, laticínios, fezes de animais domésticos, óleos ou alimentos ácidos.

Mesmo com essas restrições, a vermicomposteira vai permitir-te reduzires bastante a quantidade de resíduos orgânicos que enviarás para os aterros sanitários.

Em resumo tens duas opções:

  • Ter uma composteira exterior
  • Ter uma composteira interior

E poderás ser tu a fazê-la ou então podes comprar um dos vários modelos existentes no mercado.

A decisão é tua 👍

Espero que esta informação crie um impacto forte em ti e te impulsione a mudares os teus hábitos e eliminares ao máximo os plásticos da tua vida.

Este é um processo de mudança contínua. Eu ainda não consigo cumprir todos os passos da Fórmula Para Uma Vida Ecológica diligentemente, e tu provavelmente também não irás conseguir fazer logo tudo perfeito ao início.

O mais importante é sabermos que estamos a fazer um esforço ativo para criar as mudanças necessárias, mesmo que isso demore algum tempo e mesmo que não façamos as coisas de forma perfeita.

O planeta está a morrer e precisamos de aprender a viver em harmonia com ele. O tempo está a contar ⏰…

A mudança já não é opcional.

Infelizmente não podemos apagar os estragos que já foram feitos. O que está no nosso controlo é alterarmos os nossos próprios hábitos e influenciarmos outras pessoas a que façam o mesmo, através do nosso exemplo.

Se quiseres aprofundar-te mais em todos estes passos e seguir um guia passo-a-passo que te vai ajudar a fazeres estas mudanças na tua rotina, convido-te a que conheças o meu curso online que se chama A Fórmula Para Uma Vida Ecológica.

No curso aprenderás a eliminar 80% do teu lixo em apenas 3 horas!

Clica AQUI para conheceres o curso e também para teres acesso a um vídeo exclusivo sobre os 5 passos para uma vida mais ecológica!

A Terra cuida de ti e dá-te tudo o que precisas. Está na altura de tomares a decisão de retribuíres, cuidando também dela!

Planeta Terra
A nossa Casa.

Um forte abraço!

Miguel Murteira

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maria madalena frança
5 anos atrás

Sempre estamos a pensar o que fazer com o lixo; a compostagem é um meio pratico e simples para começ ar a reduzir o lixo. Vou praticar e fazer isso logo. Mas uma observação, no tocante aos plástico, esse seria um resíduo muito importante, depois de transformá-lo em poderia triturados por máquinas específicas e ser reutilizados na composição das massas de cimentos, já que tem duração milenar, poderia se adequar a essa mistura e formar blocos e placas de concretos, tijolos e também aos resíduos dessas mineradoras para formar placas de cimentação de asfalto e etc… seria um grande êxito… Ler Mais »

Inês Dunas
5 anos atrás

Muito interessante Miguel! Baby steps mas a aprender a percorrer o caminho! Levo para partilhar Beijinhos em si e na Rita!